sexta-feira, 7 de junho de 2013

Concluindo comentários sobre o VII Seminário Redes - palestra com o Prof. Angel Diaz Barriga (Currículo em correlação com a temática geral do evento, transformações e subversões na atualidade)

Cláudia Cánovas (Pontifícia Universidad Católica  do Chile) abordou criticamente o discurso sobre a criança a ser formada no Chile.
Angel Diaz Barriga (Universidad Autônoma Nacional de México) fez uma sistematização do campo do currículo desde suas vertentes na Inglaterra e nos EUA, preocupando-se mais especificamente com a relação currículo e didática (o que contribuiu para minhas pesquisas atuais).
Tudo é dor e sofrimento também na educação: as políticas da OCDE se proliferam, a diversidade vira interesse de mercado e os professores e as professoras são massacrados cotidianamente.
A palestra de Barriga deixou-me mais perguntas do que respostas (o que é ótimo) e, então, compartilho aqui minhas amarguras.
Hoje temos as Corporações submetendo os governos aos seus interesses, isto no lado ocidental do planeta, pelo menos (veja o filme "A história das coisas" neste blog, à direita), a OCDE exerce o papel de um ministério internacional da educação e da economia, ditando políticas que são copiadas aqui e ali e apresentadas como soluções "genuínas". Sabe-se também do braço mafioso que liga corporações e governos. Enfim, parecemos e padecemos cada dia mais informados, ligados em redes sociais e, ao mesmo tempo, sós, abandonados às políticas neoliberais e [ao mesmo tempo, como diz Apple] conservadoras na economia e na vida social. As heterogeneidades até são admitidas, porque viram mercado: são incorporadas pela mídia, moda e consumo. Tudo (e a gente inclusive) vira mercado.
Como vamos construir uma "estrutura" da revolução? Movimentos como "Ocupe", "99%" são importantes, mas parecem não fomentar uma plataforma comum de reivindicações. No contexto local brasileiro, por exemplo, a Greve dos Professores das Universidades Federais, organizava-se semanalmente com correntes políticas que defendiam ideias e posturas diferentes a cada 7 dias em Brasília. O Fórum Social Mundial, inicialmente proposto como espaço de elaboração de propostas contrapostas a Davos e ao Fórum Econômico Mundial, parece ter se transformado em uma feira de ideias e artesanato, sem a elaboração de um acúmulo político capaz de fazer frente ao avanço do neoliberalismo. Frases de protesto soltas ao vento podem "animar a galera", mas não fazem a revolução.

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