quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um pouco de Hilda Hilst

Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra.

[Júbilo Memória Noviciado da Paixão, ]

sábado, 17 de dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ainda estamos tentando mudar o mundo...

O link do título encaminha para um texto de Wallerstein, no sítio Outras Palavras, que avalia os efeitos rápidos e positivos dos movimentos que tentam construir um outro mundo possível, um "sistema-mundo" mais democrático e igualitário.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Você está permanentemente sendo vigiado, mas isto não significa segurança

Quando a juíza Patricia Acioli foi assassinada no Rio de Janeiro, na investigação do caso, a Polícia revelou ter localizado os sinais dos celulares dos assassinos próximos ao local do crime e as ligações realizadas antes e posteriores ao fato. Isto demonstra que a possibilidade de identificar quem esteve no local de um crime (qualquer crime), ou até mesmo quem está hoje com seu celular roubado, existe, mas esta possibilidade só será transformada em ação quando a polícia (aqui com letra minúscula) achar que isto é conveniente, importante, interessante.
Estamos todos sendo vigiados, permanentemente vigiados, na rua, aqui na tranquilidade de meu escritório,  onde escrevo neste momento ouvindo os passarinhos da mata envolta da Pedra do Pavão. Estes dias, assistindo a comédia "Como arrasar um coração", observava como as diversas situações (engraçadas) que aparecem no filme hoje seriam impossíveis, pois o grau de vigilância a que estamos submetidos é assustador.
Clicando no link, você pode conhecer o que Max Schrems descobriu que o Facebook tinha arquivado sobre ele: 1.200 páginas em 3 anos de utilização do espaço Face... Inclusive mensagens "removidas", revelações de suas posições políticas, amorosas, intelectuais, contatos realizados. Quem viveu sua maturidade no século passado: imagine todas suas correspondências (postais, aquelas que eram enviadas em papel, pelo Correio...) violadas, catalogadas, analisadas e disponíveis para quem tem poder de quebrar economias, instalar governos, bombadear países, e, ainda, colocar ideias na sua cabeça.
Num mundo governado pela mídia e pelas corporações, é assustadora a nossa vulnerabilidade.  

sábado, 26 de novembro de 2011

Imperdível - "Que parva que sou" na manifestação em Lisboa, Praça Pedro IV (nosso Pedro I)

Mesma música do vídeo abaixo porém na manifestação dos Jovens à Rasca, em Portugal! Muito bom!

3a. Roda de Conversas PIBID/UNIRIO - Vídeo Legendado - Que parva que sou. Deolinda

Nossa 3a. Roda de Conversas começou na quinta-feira, à noite, com a reunião geral do PIBID que, segundo as avaliações registradas, foi bastante produtiva na organização de nosso trabalho para este final de ano, continuou na sexta pela manhã quando recebeu a professora Menga Ludke apresentando suas investigações sobre a docência e a pesquisa, comentando sobre as dificuldades de encontrarmos professores que pesquisam e o valor da iniciação científíca na Universidade para que esta prática seja desenvolvida, e concluiu-se com o Prof. Jose Machado Pais analisando o movimento Jovens à Rasca, em Portugal. A música "Que parva que eu sou" tornou-se famosa ao sintetizar a precarização do trabalho e da vida em Portugal. Segue o vídeo, com gostinho de quero mais... 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Interessados em bolsa de monitoria - Disciplina Currículo

Estou procurando estudantes de Pedagogia que tenham interesse em trabalhar comigo, como monitores, na disciplina de Currículo, nos horários de terça-feira, noite e quinta-feira, tarde. O período da bolsa é de março a dezembro de 2012, com valor de R$ 360,00 mensais. A carga horária é de 20h, sendo imprescindível a disponibilidade para participação nos horários da disciplina. 
São critérios da UNIRIO:
- Ser estudante de Pedagogia da UNIRIO, regularmente matriculado;
- Não estar matriculado no primeiro ou nos dois últimos semestres dos Cursos;
- Dispor de 20h semanais para a realização das atividades;
- Não receber, em 2012, outra bolsa de qualquer natureza;
- Não ter sido reprovado no componente curricular Currículo;
- Ter, no mínimo, CR 7,0.
São meus critérios:
- Gostar de estudar, querer ser professor, ser frequente e pontual em suas atividades.
Candidatas e candidatos devem enviar uma Proposta de Trabalho para o e-mail akrug@uol.com.br.
Roteiro da Proposta de Trabalho
Dados de identificação (nome, curso, período),
Informação do CR,
Justificativa do interesse no desempenho da atividade de monitoria em Currículo
Atividades que se propõe a realizar como monitor(a).
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

3a. Roda de Conversas PIBID UNIRIO

O Programa de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID/UNIRIO promove, por meio do Projeto Iniciação à Docência: qualidade e valorização das práticas escolares, a 3a. Roda de Conversas, no Auditório Paulo Freire, CCH, Urca (Av. Pasteur, 458, térreo, CCH). As palestras são abertas e a inscrição é no próprio local. Será fornecido certificado de participação.

Programação
24-11-2011
18h30min – Reunião Geral do Projeto: desafios do PIBID para 2012
                    Profa. Dra. Andréa Rosana Fetzner (UNIRIO)
25-11-2011
9h – A Universidade e a Escola: desafios para a formação de professores
 Profa. Dra. Menga Ludke (PUC/RJ e UCP)
15h – Geração à Rasca: Jovens em Contexto de Crise
           Prof. Dr. José Machado Pais (Universidade de Lisboa)
E-mail: rc_pibidunirio@yahoo.com.br

terça-feira, 15 de novembro de 2011

V Colóquio Internacional de Políticas e Práticas Curriculares - João Pessoa - reflexões sobre o currículo e os testes de larga escala

O Colóquio reuniu muita gente, em especial o povo do Brasil que pesquisa questões curriculares. Participei discutindo o PIBID e tive a oportunidade de assistir ao Prof. Michael Apple que organizou sua fala considerando três principios da educação:
1. Educação é política [concordamos...vejam o título deste Blog...rs...]
2. Eduação é relacional
3. Educação exige reposicionamento
A fala foi descontraída, mas profundamente comprometida com os estudos que o prof. orienta hoje (v. Currículo, Poder e Lutas Educacionais - Apple e Buras, Artmed), situada entre o "pessimismo do intelecto e o otimismo da vontade" (Gramsci). A análise apresentada trouxe os grupos que, para o professor, dominam as políticas educacionais hoje: neoliberais, neoconservadores, religiosos e a classe média (por meio do gerencialismo). Esta coalisão ele chama de modernização conservadora.
Se acrescentarmos as discussões de Barriga e de Freitas, no III Encontro Nacional das Escolas em Ciclos, podemos ter um esquema para leitura do mundo-mercado mais ou menos assim:
a. As Corporações (estas que estão sendo denunciadas pelos movimentos Ocupem Wall Street, 99%, Ocupe-se, entre tantas, promovidas pelos indignados com o mundo corporativo e com a desregulamentação dos Bancos, política neoliberal que nos levou a situação-limite atual) submetem os governos (v. o filme a História das Coisas, neste Blog).
2. Os governos, submetidos aos desejos das corporações, pagam um milhão de dólares para aplicação do PISA em cada país. O PISA desqualifica as culturas e os conhecimentos locais (uma escola indígena foi a pior em IDEB no Brasil, por exemplo) e impõe uma única ideia de conhecimento que acredita medir por suas provas.
3. Para melhorar o desempenho no PISA, os governos desencadeiam as avaliações nacionais por meio de testes de larga escala, que (1) associam-se às políticas de responsabilização e privatização da educação; (2) promovem a desqualificação da escola pública (algumas escolas privadas sempre são melhores que as públicas, e entre as públicas, aquelas que atendem a população mais empobrecida - pela aplicação das políticas mundiais e locais implementadas - são as que sofrem maior desqualificação).
No que se refere à primeira consequência dos testes de larga escala, ou seja, a alavancagem das políticas de responsabilização, os governos:
(a) dizem que todas as escolas deveriam e podem ser iguais e que não o são porque os professores não fazem seu trabalho;
(b) implementam políticas de bonificações e, assim, podem desmantelar os planos de carreira, estabelecer a lógica de mercado (produtivismo, competição, o que faz com que as escolas queiram os melhores alunos, inclusive) em um serviço público básico que deveria ser para todos, adequado às especificidades de cada comunidade, e com um princípio educativo mais amplo que treinar para provas.
No Brasil, ainda neste V Colóquio, duas secretarias de estado da educação apresentaram suas políticas educacionais e, em ambas, o estabelecimento de sistemas de avaliação do desempenho escolar são tomadas como foco. A ideia seria que os exames de larga escala estaduais contribuiriam, também, para a melhoria da escola pública, servindo como informação para as políticas a serem implementadas localmente.
4. Considerando-se as pesquisas que trabalham com o cotidiano escolar, entre elas a pesquisa da Profa. Maria Teresa Esteban (já comentada neste Blog), observamos que crianças com saberes muito diferentes, em etapas da construção da leitura e da escrita muito diferentes, tiram a mesma nota na Provinha Brasil. Estas pesquisas nos possibilitam inferir que as bases sobre as quais se assentam as políticas a serem propostas (que tomam o IDEB como base) são de areia...
Daí nossa luta seja, talvez, reunirmos aos acampamentos.

Seminário Educação 2011: Educação e Relações Raciais - 10 anos de estudos e pesquisas na UFMT

Estive participando do Seminário de Educação 2011 - V Jornada Desigualdades Raciais na Educação Brasileira, com tema tão urgente e, ao mesmo tempo, difícil de ser incorporado em nossos fazeres docentes. Pesquisas recentes, entre estas algumas orientadas pela colega professora da UNIRIO Maria Elena Viana Souza (dirigidas às questões raciais), apontam que, em grande número de escolas, não há a identificação de propostas das escolas para incorporar as preocupações legais com a formação em uma perspectiva não racista, não homofóbica e não patriarcal.
Cuiabá nos recebe sempre muito bem, a UFMT, a SEEDUC, muita garra no debate educacional. A Profa. Maria Elena também participou como conferencista no evento. Na mesa em que participei discutimos os ciclos hoje: tensões, desafios e responsabilidade social. O texto completo que apresentei sairá em edição futura da Revista na área de educação da UFMT. A abertura foi sensacional: Siriri Flor Ribeirinha fez um espetáculo de tirar o fôlego. Arte e estudo, fazeres que enriquecem a vida.
Visitem a página do evento clicando no título desta postagem.  

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Conheça o Projeto PIBID UNIRIO

PROJETO:
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: QUALIDADE E VALORIZAÇÃO DAS PRÁTICAS ESCOLARES
(SÍNTESE)

  1. Título do projeto:
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: qualidade e valorização das práticas escolares.

  1. Vinculo na Universidade:
Pró-reitoria de Graduação – Pró-reitora Profa. Dra. LOREINE HERMIDA DA SILVA E SILVA
Coordenadora do Projeto Institucional:
Profa. Dra. Andréa Rosana Fetzner
Escola de Educação – Coordenadora da Unidade de Estágios
Departamento de Didática e Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado

Coordenadora do subprojeto Pedagogia – Ensino Fundamental
Profa. Dra. Maria Elena Viana Souza – Escola de Educação – Departamento de Didática e PPGEDU
Coordenadora do subprojeto Pedagogia – Ensino Médio
Profa. Dra. Claudia Miranda – Escola de Educação – Departamento de Didática
Coordenadora do subprojeto de Licenciatura em Ciências
Profa. Dra. Maria Auxiliadora Machado – Instituto de Biociências
Coordenadora do subprojeto de Licenciatura em Música
Silvia Sobreira – Instituto Villa Lobos
  1. Justificativa
A UNIRIO tem como missão:

 “produzir e disseminar o conhecimento nos diversos campos do saber, contribuindo para o exercício pleno da cidadania mediante formação humanística, crítica e reflexiva, consequentemente preparando profissionais competentes e atualizados para o mundo do trabalho presente e futuro” (UNIRIO, 2006[1]).

Considerando a vocação humanística, crítica e reflexiva desta Universidade, apresentamos este projeto que tem por objetivo participar da concorrência aberta pelo Edital n° 02/2009 – CAPES/DEB.
A participação que propomos neste Projeto visa contribuir com a formação de bolsistas de iniciação à docência e a formação de professores das escolas públicas que aderiram ao projeto, focada nos processos de ensino-aprendizagem. Para isto propomos a articulação entre a Universidade e as escolas, estabelecendo grupos de estudo e pesquisa sobre os desafios docentes em relação à promoção dos processos de ensino-aprendizagem escolar no ensino fundamental (focado nas práticas de alfabetização), na formação de professores em nível médio, no ensino de ciências no ensino fundamental e na formação de professores de música.
O Projeto busca, também, incentivar os alunos de licenciaturas em Pedagogia e Ciências à prática da docência, com apoio para a reflexão-ação-reflexão (FREIRE, 1975[2]) sobre as questões cotidianas que permeiam os processos de ensino-aprendizagem na escola e em colaboração com professores das escolas públicas da educação básica envolvidas.
Pretendemos, por meio da pesquisa-ação-prática docente, incentivar tanto os nossos alunos, professores em formação inicial, quanto aos professores das escolas públicas envolvidas, a estudarem e a experimentarem práticas coletivas de planejamento, avaliação e organização didática do ambiente escolar que favoreçam a aprendizagem dos alunos, quer por meio do uso de ferramentas tecnológicas, quer pelo estudo sobre as finalidades e possibilidades do trabalho, na escola, com um conhecimento escolar relevante:

“Entendendo-se que o conhecimento é uma busca permanente, admitimos que ele é prático, pois se dá graças à experiência prática do sujeito que nela se relaciona permanentemente com o objeto. Por outro lado, admitimos que o conhecimento é social: a inter-relação dialética sujeito-objeto só é possível no que se refere à construção do conhecimento, na complexa e variada trama das relações dos homens com os outros homens. Por fim, entendemos que o conhecimento é histórico, construído pelos homens através dos tempos [...]” (ALVES e GARCIA, 1995, grifos das autoras[3])

Entendendo, portanto, o caráter prático, social e histórico dos conhecimentos, tanto na formação inicial, quanto continuada de professoras e professores, e, também, nas escolas de ensino fundamental e médio, pretendemos levantar, questionar, aprofundar práticas de ensino-aprendizagem coletivamente com professoras e professores das escolas públicas e com os docentes em formação. Para isto, as atividades propostas implicam no trabalho coletivo, na análise e resolução de problemas, na elaboração e no desenvolvimento de projetos de trabalho e de atividades significativas aos estudantes das escolas públicas de ensino fundamental e médio, beneficiários principais deste Projeto.
4. Objetivos
            Atendendo ao Edital CAPES PIBID n° 02/2009, são nossos objetivos:
a)     incentivar a formação de professores para a educação básica, contribuindo para a elevação da qualidade da escola pública;
b)    valorizar o magistério, incentivando os estudantes que optam pela carreira docente;
c)     elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciatura das instituições públicas de educação superior;
d)    inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e educação básica;
e)     proporcionar aos futuros professores participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar e que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração o IDEB e o desempenho da escola em avaliações nacionais, como Provinha Brasil, Prova Brasil, SAEB, ENEM, entre outras; e
f)     incentivar escolas públicas de educação básica, tornando-as protagonistas nos processos formativos dos estudantes das licenciaturas, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros professores.
g)    incentivar a reflexão pedagógica sobre os contextos micro e macro da escola, superando as concepções fragmentadas do processo educacional e contemplando as dimensões da construção e formação como objeto do trabalho pedagógico;
h)     estimular o desenvolvimento de práticas de organização do trabalho pedagógico que contribuam para uma aprendizagem efetiva dos alunos, de modo a incidir, progressivamente, na melhoria do desempenho escolar;
i)      contribuir com a qualificação da formação oferecida aos alunos de licenciatura, aproximando esta formação dos problemas práticos encontrados na escola.
5. Local dos trabalhos:
Escola de Educação – UNIRIO (reuniões mensais de acompanhamento dos subprojetos, obrigatórias aos coordenadores de subprojetos)
Escolas envolvidas até o momento:
Escola Municipal Francisco Alves (Botafogo)
Escola Municipal Paraguai (Marechal Hermes)
Escola Municipal João Saldanha (Botafogo)
Colégio Júlia Kubistschek6. Bolsistas envolvidos:

Bolsas de iniciação à docência - 46
Bolsas de supervisão - 08
Bolsas de coordenação de área – 04
Bolsa de coordenação do Projeto Institucional - 01

7. Metodologia de trabalho:
Os bolsistas de docência, orientados pelo coordenador de área do subprojeto, deverão participar na escola, nas atividades de ensino-aprendizagem (principalmente), pesquisa e extensão (de forma complementar e integrada às demandas do ensino).
No que se refere ao ensino serão realizadas atividades de acompanhamento às aulas comuns e desenvolvimento de oficinas com os alunos das escolas envolvidas.
As observações as aulas serão registradas e tomadas como objeto de pesquisa na IPES, retornando, posteriormente, à escola com contribuições sobre as possibilidades de ação (em relação ao ensino) organizadas por meio da pesquisa e discutidas com os professores das escolas públicas envolvidas, na forma de extensão.
Os bolsistas de docência participarão, nas escolas públicas envolvidas, de momentos coletivos de planejamento, avaliação, conselho de classe, conselho de escola, reuniões com pais e reuniões pedagógicas. Como atividade de docência ligada à extensão, propõe-se, além da discussão de práticas pedagógicas com os professores das escolas públicas envolvidas, a ação dos bolsistas em atividades extra-escolares, dedicadas ao trabalho com alunos que apresentam desempenho escolar considerado insuficiente pela escola.

8. Critérios de avaliação e formas de acompanhamento institucional do Projeto
Sua avaliação se dará por meio do acompanhamento das ações e metas previstas:
- Inserção dos bolsistas de docência nas Escolas, com ampla participação nas rotinas da docência (aulas comuns, planejamento da ação pedagógica, atividades de acompanhamento e avaliação, momentos coletivos de discussão das políticas e fazeres da escola);
- Participação dos bolsistas de docência em reuniões mensais de estudo sobre o ensino-aprendizagem, coordenadas pelos coordenadores de área;
- Oferecimento de oficinas nas temáticas relacionadas ao ensino, para professores das escolas públicas de envolvidas no projeto e para alunos das escolas públicas, buscando colaborar na aprendizagem dos mesmos;
- Preparação de material didático de apoio aos professores docentes das escolas públicas.
-  Participação dos professores coordenadores de subprojetos em uma reunião mensal de acompanhamento dos projetos na UNIRIO.


[1] UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Plano de Desenvolvimento Institucional. 2006.

[2] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Ed. João Barrote. Porto, 1975.
[3] ALVES, Nilda. Formação de professores: pensar e fazer. 3. Ed. Coleção Questões da Nossa Época. Cortez Ed. 1995.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O movimento pela transformação econômica do sistema-mundo

Depois que a Veja assume o movimento dos indignados, é urgente definir-mos com mais responsabilidade histórica e social o que estamos entendendo por ocupar Wall Street, os movimentos na Grécia, Inglaterra, França...Não se trata do interesse de uma mídia interessada na defesa do patrimônio das grandes famílias locais, que reduz a corrupção à crítica ao sistema político representativo e não analisa quem está do outro lado: o corruptor (entre os corruptores, por exemplo, a própria mídia quando compra laudos, imagens de provas em segredo de justiça).
Os movimentos que estão nas ruas contra as medidas econômicas que tiram trabalho, salário e aposentadorias colocam-se contra a política econômica (aplicada há muito tempo para quem está do lado de cá do sistema-mundo) não se aplicam aos indignados de classe média, que reclamam por estacionamentos para seus carros...
"As pessoas exigem que a política assuma sua função e que intervenha para corrigir os erros. Não será fácil: a velocidade da economia é hoje a mesma que um raio, enquanto a velocidade da política é a mesma que um caracol. Será cada vez mais difícil conciliar o tempo econômico com o tempo político — e também crises globais com governos nacionais." Diz Ignácio Ramonet, leia o texto completo no link:
http://www.outraspalavras.net/2011/10/07/alguma-coisa-esta-fora-da-ordem/

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ocupar Wall Street, Dia do Professor e Dia dos Indignados

Interessantíssimo o bloqueio do yahoo às mensagens de articulação das ocupações deste final de semana organizadas, principalmente, contra a concentração de riqueza e a expoliação dos Bancos sobre os governos e população. Para fomentar o debate sugiro os filmes A história das coisas (disponível neste blog), Capitalismo: uma história de amor (Michael Moore), Trabalho Interno (Charles Ferguson, já nas locadoras)... Vamos espalhar a informação que nos é realmente relevante.

sábado, 15 de outubro de 2011

Feira de Trocas na Semana da Educação

Divulgo a chamada da professora Lea!
17 a 23/10/2011
FEIRA DE TROCAS
É com prazer que os convidamos a participarem da FEIRA DE TROCAS que se realizará durante a III Semana de Educação do CCH. Tragam seus livros, textos xerocados, CDs, DVDs que não mais utilizam e estão em casa ocupando espaço. Desapeguem-se, eles serão úteis a outras pessoas!!A Feira de Trocas é uma atividade que está em coerência com 2 dos 3Rs Ecológicos: Redução de Consumo e Reaproveitamento. Mais significativas que a Reciclagem (o terceiro R), os dois primeiros são as principais bandeiras de preservação da Terra.A troca é também uma atividade sustentável porque contribui para a tecitura de novas relações dos seres humanos entre si, na medida em que o ato de trocar pressupõe diálogo.
Diferentemente do ato de comprar, a troca envolve conexão com o outro, atenção, interação! Num momento planetário em que necessitamos de modelos de desenvolvimento que tenham como referência as pessoas, não os objetos, a trocas – de objetos, afetos, olhares - pode contribuir para a constituição de subjetividades não individualistas, não consumistas, diria, mesmo, não racionalistas.
Estas são as subjetividades de que necessitamos numa nova sociedade afetiva, democrática, solidária, responsável! A feira será montada na segunda-feira, dia 17, no Hall de CCH, durante as ativiadades da Semana de Educação!

Léa Tiriba
Professora Adjunta - Depto de Didática
GITAKA - Grupo de Pesquisa “Infâncias, Tradições  Ancestrais e Cultura Ambiental 
Escola de Educação - UNIRIO

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Festa da Educação na UNIRIO - 17 a 23 de outubro

Os Encontros, principalmente os quase auto-gestionários, como está sendo a Semana de Educação na UNIRIO, integrada na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, onde as pessoas são livres para propor atividades que discutam o que elas querem discutir, são sempre muito bonitos (ref. boniteza de Freire, ato de criação, de exercício do ser gente, de empoderar-se no que nos faz felizes). É um momento de festa, de conversa, de encontros com tempo para se falar daquilo que realmente achamos importante falar. Ciências e uma tecnologias que contribuem (ou talvez possam contribuir) com o fazer-nos mais felizes, saberes que fortalecem nossa autonomia intelectual. Pena que durará apenas uma semana. Poderia não ser assim. As diretrizes da Pedagogia no Brasil propõem a formação de um profissional que pode exercer a profissão em contextos bastante heterogêneos, o que poderia contribuir para que nosso Curso fosse mais aberto em termos curriculares, com um número muito pequeno de disciplinas obrigatórias e com muito mais disciplinas optativas: os pedagogos aqui formados sairiam com perfil diverso, atendendo a diversidade do fazer pedagógico e um mundo onde as necessidades para o exercício da profissão também se fazem diversas. Alguns com disciplinas (ou indisciplinas) mais voltadas ao fazer docente no campo da leitura, ou da arte, ou da diversidade, caminhos curriculares quase individuais (recheados de encontros coletivos), que atenderiam melhor ao que cada estudante teria interesse em estudar. Clicando no título da matéria, detalhamento da Semana de Educação! Levem o limão e o açúcar, porque a cachaça estará servida...rs...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Seminário de Iniciação à docência - Semana de Educação da UNIRIO

Bolsistas do PIBID UNIRIO!
O prazo para envio do resumo para o evento encerra hoje! 20h!

Vejam os detalhes:

Atividade: Seminário Iniciação à docência: qualidade e valorização das práticas escolares – comunicações orais do Projeto PIBID UNIRIO
[informações atualizadas em 10-10-2011]
Data: 19 de outubro Horário: 13h às 17h   Local: Sala 215 da Escola de Educação

O Seminário objetiva apresentar os trabalhos desenvolvidos por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UNIRIO. As comunicações orais serão apresentadas pelos estudantes, bolsistas de iniciação à docência em escolas públicas das redes municipal e estadual de ensino, no âmbito dos subprojetos de Pedagogia – nível médio; Pedagogia – anos iniciais do Ensino Fundamental; Biologia – Licenciatura em Ciências e Licenciatura em Música. As apresentações serão seguidas de debate, buscando-se o aprofundamento teórico-prático do trabalho docente.

Comitê Científico
Adrianne Ôgeda Guedes – Escola de Educação
Alberto Roiphe Bruno – Escola de Educação
Andréa Rosana Fetzner – Escola de Educação
Celso Sanches – Escola de Educação
Claudia Miranda – Escola de Educação
Maria Auxiliadora Delgado Machado – Escola de Biologia
Maria Elena Viana Souza – Escola de Educação
Silvia Sobreira – Instituto Villa Lobos

Normas: o trabalho proposto deve ter como enfoque as práticas desenvolvidas por meio do PIBID/UNIRIO acompanhadas de sua análise crítica e metodologia de desenvolvimento. Neste momento, encaminhar apenas o resumo, que deve ser enviado para o email rc_pibidunirio@yahoo.com.br , até as 20h do dia 10 de outubro de 2011, contendo até 1.000 (mil) caracteres (contanto os espaços), acompanhado de 3 a 5 palavras-chave. Letra Arial 12, espaçamento simples, justificado, título em negrito, centralizado, maiúsculo. Autores (até no máximo 4) alinhados à esquerda, logo após o título, com nome, universidade, categoria (professor ou  bolsista) e email. Os resultados dos trabalhos aprovados para apresentação serão divulgados em 13 de outubro de 2011, por resposta aos e-mails dos inscritos para comunicação oral. Os textos completos referentes às comunicações apresentadas deverão ser entregues até 12 de dezembro de 2011, para o mesmo e-mail, OBJETIVANDO PUBLICAÇÃO, entre 24.000 até 30.000 caracteres (contando os espaços) e considerando as referências bibliográficas.

ANPED 2011

A ANPED teve quase 1500 participantes pagantes. Da programação, destaque para o trabalho encomendado pelo GT de Alfabetização que, pelo segundo ano seguido, prima pela polêmica. Em discussão, a Provinha Brasil... No debate um professor ligado a organização da prova e a Profa. Teresa Esteban (para saber mais recomendo ler O que sabe quem erra? DP & A Editora) Na argumentação de defesa da Provinha Brasil, a linha geral do pensamento: a escola ensina nada ou muito pouco, as atividades propostas pelos professores não favorecem a alfabetização, falta qualidade didática às propostas de atividades. A Provinha Brasil, neste contexto, ajudaria a demonstrar esta falta de qualidade e a mostrar ao professor que tipo de exercício precisaria ser proposto para que o desempenho melhorasse. A pesquisa da professora Teresa Esteban mostra o desempenho de duas crianças nas aulas, suas escritas e, também, vídeos com a leitura praticada por elas, nota-se uma grande diferença na escrita e na leitura das duas crianças, e as duas crianças foram avaliadas como nível 3 na Provinha Brasil, ao meu ver, motivo suficiente para fechar a torneira que patrocina a aplicação dos testes padronizados que se propõem a medir o desempenho escolar.A próxima ANPED será em Pernambuco (Recife ou Porto de Galinhas).


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

IV Encontro com pesquisadores na III Semana da Educação da UNIRIO

Em 17-10-2011, durante a III Semana da Educação, no auditório Paulo Freire, o Prof. Michel Thiollent da COPPE/UFRJ fará uma palestra sobre metodologias participativas e pesquisa-ação.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Carta de Campinas - Protesto às políticas de avaliação baseadas nos conceitos de responsabilização, competitividade e privatização da educação

Em Campinas, neste ano, durante um Seminário que discutiu políticas de avaliação em nosso país, o seguinte documento foi construído:
CARTA DE CAMPINAS
Reunidos no SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS ocorrido durante os dias 16 e 18 de agosto de 2011 na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – os profissionais abaixo assinados vêm a público trazer suas preocupações com o presente momento educacional brasileiro, no tocante às políticas públicas de responsabilização, meritocracia e privatização em curso.

1.       Faz parte do senso comum entender avaliação como sinônimo de medida ou prova, tendo como função a classificação. Ainda não se construiu, no senso comum, a ideia de avaliação como um elemento a mais dos processos de ensino e aprendizagem. As funções diagnóstica e formativa da avaliação educacional têm sido colocadas em segundo plano, especialmente nos últimos anos, a partir da grande valorização que se tem atribuído aos instrumentos de avaliação, por exemplo, a Prova Brasil e o ENEM -  sem contar os inúmeros sistemas de avaliação estaduais e municipais. Testes ou provas não são a avaliação de fato, mas apenas instrumentos para ela. Parece-nos que tal noção, tão básica entre educadores, não tem ficado clara para o restante da população.

2.       Preocupa-nos que no cotidiano das salas de aula e das escolas, tal função classificatória e, portanto, seletiva e excludente, venha retomando um lugar de destaque, impulsionado pela aplicação dos exames de larga escala utilizados para avaliação externa das redes e escolas, em detrimento das funções diagnóstica e formativa, estas sim, avaliações da e para a aprendizagem. Os testes só avaliam as proficiências em áreas de conhecimento. Nada mais. Mas, afinal para que avaliamos as crianças e os jovens que têm direito constitucional de frequentar a educação básica? Qual o papel social de nossa escola? O que se aprende e o que se ensina na educação básica? Essas questões relacionam-se fortemente com o debate acerca da qualidade da educação oferecida.

3.       No que tange à qualidade, parece-nos que a avaliação tem sido utilizada como a redentora dos males da educação, transformando-se em um fim em si mesma. Há uma ilusão social de que avaliar os sistemas garante qualidade. Entende-se que aumentar a proficiência dos estudantes nos exames é o mesmo que elevar a qualidade, sendo esta medida somente por meio de indicadores e dados. Conceito polissêmico tanto do ponto de vista pedagógico, quanto social e político, a qualidade da educação não pode  ser compreendida de forma descolada da historicidade do termo, favorecendo uma maneira superficial de entendimento e uso do mesmo.

4.       Assim entendemos a qualidade na educação como um fenômeno complexo que possui determinações intra-escolares (currículo, formação docente, gestão escolar, avaliação da aprendizagem, condições de trabalho, infraestrutura das escolas, etc) e extraescolares (condições de vida da população, capital econômico, cultural e social das famílias dos alunos, entorno social da escola, distribuição de renda, violência, entre outros).

5.       O uso de instrumentos de medição de aprendizagem que permitiram o  aprimoramento das estatísticas educacionais e o aprofundamento do diagnóstico da situação da educação brasileira, vistos como ferramenta de políticas públicas, requer a consciência de seus limites, pois a redução da concepção de qualidade educacional àquilo que pode ser verificado nas medidas pode induzir ao empobrecimento da compreensão do fenômeno educacional e ao empobrecimento da educação que pretendemos universalizar como direito de todos.

6.       Na condição de direito assegurado pela Constituição Federal, a educação de qualidade a todos é um dever do Estado. Por isso, todos aqueles implicados na oferta educacional devem ser responsabilizados por sua qualidade. Decerto, isso envolve a responsabilização dos educadores que atuam nas escolas, mas envolve também os profissionais que atuam nos demais órgãos das secretarias e ministérios, os gestores de políticas públicas, bem como os representantes eleitos.

7.       As políticas públicas com frequência são pensadas no âmbito global das redes de ensino e no âmbito específico das unidades escolares. Dessa forma, abstraem um conjunto de relações que são estabelecidas nos territórios entre as escolas, entre as famílias e entre os profissionais da educação. Com frequência esses agentes instauram relações de competição mais ou menos velada por alunos e profissionais, por postos de trabalho e por matrículas em escolas de boa reputação. Se essas inter-relações não forem levadas em conta, as políticas que buscam promover melhorias nas escolas e nas redes poderão aprofundar a concorrência entre esses agentes e produzir ainda mais desigualdade por dois fatores conjugados: o favorecimento daqueles que estão em posição de vantagens no mercado educacional e a produção de bolsões que concentrarão aqueles que estão em posição de desvantagem nesse quadro de relações.

8.       Países que têm uma experiência mais acentuada na implantação destas políticas (USA, Chile) já sinalizaram que o resultado das mesmas têm intensificado as desigualdades escolares e sociais, tem estreitado currículos enfatizando apenas alguns conhecimentos cognitivos (leitura e matemática) em detrimento de outros; insistido na preparação para os testes de forma a estreitar o conceito de qualidade da educação, limitando as possibilidades de formação humana.

9.       As políticas de responsabilização seletiva (aquelas que responsabilizam em uma única direção – de cima para baixo) associadas às características de uma dada cultura de avaliação (já descrita acima) tem servido muito mais para premiar e punir, intensificar processo de individualização e competição, favorecendo a lógica da meritocracia e culpabilização, dificultando a organização dos agentes escolares a partir de princípios democráticos.

10.   Em contraposição, é necessário assegurar às escolas públicas centralidade na elaboração e na implementação de políticas que considerem a singularidade da tarefa educativa desenvolvida em cada unidade escolar. Tal pressuposto exige que se demistifique a relação simplificadora entre qualidade educacional e padronização de práticas pedagógicas propagandeada por várias empresas que vendem "pacotes" aos sistemas públicos de ensino, com o apoio da mídia.

11.   O uso do conceito de valor agregado em educação tem reunido consensos em termos internacionais, pois diversos países têm vindo a contemplá-lo nos respectivos sistemas. No entanto, nem sempre se encontra convergência quanto à metodologia de operacionalização e à finalidade da sua utilização. De um modo geral, as principais finalidades e usos do valor agregado tendem a incorporar a lógica da responsabilização e da prestação de contas associada a sistemas de incentivos, com consequências de forte impacto para os profissionais envolvidos. De acordo com os estudos já realizados, essa lógica deve ser, ao invés, globalmente entendida nas suas dimensões política, pública, de gestão e administração, profissional e pessoal. A responsabilidade e, por conseguinte, a respectiva prestação de contas, atribuída ao governo, departamentos centrais e regionais, encarregados de educação e alunos, deve ser tal que, articulada e cumulativamente, sejam criados os meios, o contexto e o apoio para que as escolas possam maximizar as aprendizagens efetuadas por cada um dos seus alunos e, assim, promover a melhoria da qualidade da educação.

12.   Daí que os processos de responsabilização (nas políticas de avaliação) devam ser horizontais valorizando os instrumentos e dispositivos que podemos construir para aprimorar a responsabilização e também devam ser verticais, permitindo uma leitura de via dupla da responsabilização, não apenas descentente, como tem sido a praxe na implementação das políticas de avaliação, mas também, ascendente, fazendo com que a responsabilização encontre atores decisivos no sucesso ou fracasso das políticas. Esta responsabilização vertical constitui uma inovação na pesquisa da política pública, pois implica em questionar um “modus operandi” que também se verifica, na  América Latina, no acatamento de modelos de políticas  de avaliação supranacionais de comprovado fracasso.

13.   Frente a processos de responsabilização que se valem da distribuição de bônus usados como estímulos (pressão) para que se trabalhe para a elevação dos índices tradutores de uma qualidade regida pelo viés mercadológico, um conjunto de respostas de cunho utilitarista pode surgir em algumas escolas ou redes de ensino, para melhor se localizarem no ranking nacional decorrente da divulgação dos resultados obtidos. Entre estas merecem destaque: a adequação da base curricular ao que os testes valoriza; a padronização das práticas pedagógicas; o apostilamento dos materiais didáticos; a desistência dos coletivos escolares de seu protagonismo na formulação plural dos destinos do projeto da escola; a desvalorização dos profissionais da educação e a criação de processos de privatização da educação.

14.   Entendemos que este estado de coisas nos convoca a um posicionamento contestatório de tais reducionismos disputando propositivamente a agenda política de avaliação.

15.   Parece ser estratégico examinar a existência de formas alternativas de organização, gestão e avaliação de redes de ensino visando identificar compromissos com uma visão de qualidade menos fluida e dependente de índices; com uma visão de qualidade que conduza a apropriações de valores sociais que não podem ser medidos nos testes padronizados, mas que nem por isso podem ser esquecidos; com um privilegiamento de  modelos de regulação da qualidade da escola que considerem a titularidade dos atores locais como ponto de partida para processos de avaliação mais consistentes, abrangentes que levem em conta inclusive as condições objetivas  para a produção da qualidade, convocando o poder público a igual prestação de contas.

16.   Vale lembrar ainda ser importante examinar as conseqüências positivas de implementação de políticas de responsabilização participativa que requerem inclusive um cuidado com os processos de formação inicial e continuada dos profissionais da educação de modo a que assumam protagonismo na organização dos atores internos e externos da escola, em busca de sua melhoria.

Campinas, 16 de agosto de 2011

Claudia Fernandes – UNIRIO
Luiz Enrique Aguilar - UNICAMP
Luiz Carlos de Freitas - UNICAMP
Manuela Terraseca - UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL
Maria Eugénia Ferrão – UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR, PORTUGAL
Maria Márcia S. Malavasi - UNICAMP
Mara Regina L. de Sordi – UNICAMP
Maurício Érnica - CENPEC
Menga Ludke  - PUC Rio
Regiane Helena Bertagna – UNESP
Romualdo Portela Oliveira - USP
Sandra L. Zakia de Souza - USP
Theresa Adrião - UNICAMP

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A escola pública é mordida, mais uma vez, pelo cão capitalista

Sob luzes e festa, a escola pública é mais uma vez atacada pelo mercado voraz e salivante que busca garantir sua alimentação na carne e no sangue daqueles que, comprometidos com a construção de um outro país, constroem a escola pública. Em troca de dinheiro ganho na elaboração, aplicação e divulgação de testes que supostamente avaliariam o desempenho dos estudantes, a desqualificação da escola pública é promovida. Ontem, 12-09, uma das emissoras de tv anunciava, espantada, o número pequeno de escolas públicas que conseguem se classificar entre as 100 melhores do ENEM. Num país em que a informação é quase igual a imbecilização (não apresenta o contraditório, não discute as fontes, não polemiza com a comunidade, a pesquisa e o governo) forma-se o consenso de que a escola pública não presta e de que os pais devem ser responsabilizados a buscar a melhor escola.
Os testes medem somente aquilo que é possível ser medido em testes. Logo, sua ação é, por princípio, restrita. Os problemas que os testes de larga escala (testes sobre o desempenho dos estudantes com uma prova padronizada) causam são muito maiores do que qualquer problema que ele se proponha a resolver (veja mais em https://sites.google.com/site/movimentocontratestes/ ). Os testes de larga escala dão à escola uma visão de empresa, de lucro, de ganhos e resultados: é como se a escola pudesse produzir pessoas como a fábrica que produz parafusos. A escola não é uma empresa (ver LAVAL, 2003, Ed. Planta) e ainda bem que não é, porque as pessoas são maiores e melhores que as coisas. Trabalhamos (alguns ainda, onde o dente do cão não tirou da Secretaria de Educação os professores e colocou administradores de empresa) na formação de sujeitos que precisam aprender na escola e com a escola a refletir sobre sua realidade e as questões que se fazem urgentes para uma vida decente (SANTOS, 2000, E. Cortez - contra o desperdício da experiência) e que, embora sofram com a exclusão social, são capazes de aprender, produzir, criar outros mundos possíveis, onde o seu espaço seja construído, com base numa transformação da sociedade. Os testes, além de estarem comprometidos com uma política de desqualificação da escola, em especial a escola pública, promovem a procura da resposta única, a padronização das experiências escolares com o conhecimento, a competição no processo de  formação intelectual. Como resultado, o sucesso nos testes não foi (nos países como Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo) não é (aqui) e não será jamais (prevejo o futuro) a melhoria do ensino. Porque o processo de ensino-aprendizagem exige, entre outras coisas, diálogo entre os saberes dos estudantes (quaisquer que sejam suas experiências extra-scolares) com os saberes docentes, mediatizados pelo mundo, pelo que se apresente como relevante num momento dado da história, da ciência,da vida. É mais, muito mais, do que tentam convencer aos pais.
O marco regulatório da mídia é urgente e necessário, para que se tenham reportagens que respeitem a ciência (sim!!! existe ciência sobre os processos de ensino aprendizagem!!!), fomentem o contraditório (para evitarmos a idiocracia), mostrem como pensam diferentes correntes sobre o tema. Aliás, a informação sobre quanto gastam os governos com testes de alto impacto, na promoção do PISA, por exemplo e para onde vai este dinheiro, seria muito interessante (sobre o tema, ver o estudo de PERONI, 2011, sobre o quanto a Fundação Ayrton Senna custa ao país http://www.ufrgs.br/faced/peroni/docs/INSTITUTO%20AYRTON%20SENNA%20RELATORIO.pdf ) 
Um movimento político de professores da escola pública também seria importante na busca de esclarecer aos pais sobre o processo de privatização da educação em curso.

sábado, 10 de setembro de 2011

Estágio no Ensino Fundamental - Turma C

Felizmente a turma "C", não é a turma depois dos "melhores" (A) e "médios" (B), trata-se apenas de mais uma turma de estágio no ensino fundamental, excedentes em 2011.2. Já começamos o trabalho, na quinta-feira, 09-09-2011 e o próximo encontro será em 15-09-2011, às 17h, provavelmente na sala 204.
Solicito contribuição dos estudantes da UNIRIO no aviso aos colegas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

(In)disciplina optativa: Leituras em interculturalidade, diferença e cotidiano na escola recebe o professor Dr. Jose Clovis de Azevedo na UNIRIO

Como discutir cotidiano e diferença sem discutir as avaliações que se praticam nas escolas? E como discutir as avaliações que se praticam nas escolas sem discutirmos as políticas públicas e a avaliação? E como se produz a ideia de que é possível avaliar o que a escola ensina por meio dos testes de larga escala? Existem políticas públicas que se contrapõem aos testes de larga escala? Como são construídas? Estas foram algumas das questões que discutimos neste 05 de setembro, na UNIRIO, na disciplina Leituras em interculturalidade, diferença e cotidiano escolar. O pedagogo recém formado na UNIRIO, Henrique Dias Gomes de Nazareth apresentou sua pesquisa " A qualidade da educação: um debate entre a opinião pública e os teóricos da educação" e o professor Dr. Jose Clovis de Azevedo, Secretário de Educação do Estado do Rio Grande do Sul e professor do Programa de Pós-Graduação do IPA/RS, fez a palestra sobre Políticas Públicas em Educação, apresentando os fundamentos das políticas neoliberais e as possibilidades de enfrentamento destas políticas.



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bondinho de Santa Teresa - não basta refletir é necessário agir

Na próxima quinta-feira, dia 1º de setembro, serão realizadas duas manifestações contra o descaso dos poderes públicos para com a preservação do sistema de bondes de Santa
Teresa e em prol de sua recuperação: a primeira, em frente da Estação dos Bondinhos "Carioca" (ao lado da sede da Petrobras), começando às 9h e a segunda, no Largo do Guimarães 19h.
Organização: CCS da 5a AISP/Centro Histórico-Santa Teresa

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Atividade interessante na UFF - GRUPALFA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO


Alfabetização:
Conversas com as professoras
GRUPO DE PESQUISA ALFABETIZAÇÃO
DOS ALUNOS E ALUNAS DAS CLASSES POPULARES

CONVIDA

CONVERSAS SOBRE OS NOVOS E
 VELHOS ARTEFATOS CURRICULARES
Iniciando a conversa: PROFa.Dra. NILDA ALVES - UERJ
DIA 29 DE AGOSTO DE 2011
18h às 20h sala 318 – bloco D

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

I Seminário Interno sobre os Ciclos de Formação Humana - SEEDUC Mato Grosso

Equipe da Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso, no I Seminário Interno sobre os Ciclos de Formação (26-05-2011), quando discutimos algumas questões referentes ao referencial teórico dos ciclos e seus desafios nas formas de estruturação, no currículo e nas práticas avaliativas. Para mim, foi especialmente relevante conhecer algumas experiências em escolas da região, apresentadas pelos assessores da secretaria, em relação ao tema do encontro. Sabemos o quanto a proposta exige, além de investimentos financeiros importantes, leituras atualizadas sobre o que é (e o que é possível ser) o conhecimento escolar e suas formas de potencialização na escola. Um abraço e excelente trabalho a todas e todos!