segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Chico - Artista Brasileiro, a ditadura e os coxinhas

A abertura, as músicas, o resgate de imagens e procedimentos da censura na Ditadura Civil-Militar no Brasil, o depoimento de um homem que vive bem sozinho, os desafios de ser filho de quem se é, os constrangimentos com as plateias que não estão nem um pouco a fim de você, o momento da vaia à música Sabiá, a pergunta sobre a homossexualidade, a tentativa de explicar que as diferenças culturais e a democratização fazem do tempo presente melhor, e não pior, que o tempo passado. O conjunto das experiências compartilhadas e provocadas pelo filme Chico, Artista Brasileiro, de Miguel Faria Jr., trazem como resultado um filme leve, prazeroso e provocante, se é que estes adjetivos podem ser conjugados num mesmo ato.
Triste é ver o destaque o Jornal O Globo deu em sua capa de 28.11.2015 sobre o filme:
"Chico: capítulo feito de música e bola. Documentário recorda eterna ligação de Chico com as peladas e o Fluminense." Isto realmente está lá, mas daí a destacar, em capa de jornal, o filme por isto, só tendo muita dificuldade (moral) em identificar a ditadura, o golpe militar e o tanto de político que expressa o poeta, músico e escritor Chico, tão presentes no filme.
Destaque também para as frases, reproduzidas em documentos originais, da censura às músicas e shows, é de arrepiar  a semelhança com as escritas dos coxinhas nas redes sociais, vale constatar e se mobilizar para que esta ignorância, travestida de moralidade, não se empodere novamente.
Para quem não ficou na cadeira até o encerrar das últimas palavras dos créditos, a trilha sonora original do filme está na Biscoito Fino.
CD é vendido na Saraiva:
http://www.saraiva.com.br/chico-artista-brasileiro-trilha-sonora-do-filme-9206208.html?mi=VITRINECHAORDIC_similaritems_product_9206208
Veja detalhes sobre o filme aqui:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-216343/

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