segunda-feira, 13 de junho de 2016

Sobre umbigos e mãos

A coisa tá bem esquisita, bem coisa e bem esquisita. 
Mas para quem estuda história, não tão esquisita. As crises econômicas desencadeiam nosso pior: é como se estivéssemos em caça, no mais básico ato de sobrevivência. Para viver, matar. Alimentar-se. Sobreviver. 
E, então, mesmo tendo disponível o conhecimento da coleta, da produção de orgânicos, da possibilidade de alimentos para todos, da vida sem escravidão e uma certa noção de que podemos viver de modo outro - misturando ciência e sagrado, ética e estética, hibridizando saberes e lançando-nos a ser mais, escorregamos na casca de banana e, depois de um baita tombo, apelamos para o "salve-se quem puder".
Nesse apelo, danem-se a ciência, o sagrado, a ética, a estética. Danem-se os vizinhos, os pais, os irmãos, dane-se o mundo, o universo passa a circular em volta do umbigo. Pouco importa se os refugiados da Europa têm origem na desestabilização política provocada pela política estaduniense no Oriente Médio; se a fome tem origem numa má distribuição da produção; se as economias que têm no Petróleo um importante produto de sustentação quebrem (de novo por uma política dos EUA, associada à Arábia Saudita), se pessoas morrem sem outra causa que não a sustentação do mais para os mesmos; as 85 famílias que têm para si 50% do PIB mundial. 
Aqueles que têm seu lucro a qualquer preço precisam assegurar que os ricos continuem aparecendo como representantes da imagem de que, pelo trabalho e pela adoção de determinados padrões (sínicos, hipócritas, racistas, machistas), qualquer um pode chegar lá. É imagem do pinscher pulando para alcançar a mesa, no filme de Michael Moore (Capitalismo, uma história de amor).
Precisamos de um pensamento menos umbigal. A sobrevivência não está na caça, na exclusão, no cada um por si. Ao menos a nossa sobrevivência (de todos que estão fora das 85 famílias), está em nossa capacidade de encontrar com o outro, aperta-lhe a mão, conhecê-lo e com ele dialogar. A nossa sobrevivência está no estabelecimento de contatos (nacionais e internacionais) para promoção de uma mudança substancial do jogo. E o jogo é mundial, e nós somos muitos. Precisamos pensar também com as mãos que trabalham, que podem nos unir, que podem virar o jogo. No Brasil, precisamos barrar o Golpe. No mundo, precisamos barrar o fascismo. Somos muitos, temos o nosso trabalho e um compromisso com a justiça social.
#ForaTemer
#ForaBolsonaro
#ForaTrump
Fora Deputados e Senadores que não sabem o que fazem e fora os que sabem muito bem o que estão fazendo contra as políticas sociais no Brasil.

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