quarta-feira, 15 de julho de 2015

Entre congressos, cinemas e golpistas

Passados os congressos cariocas, enfiei-me num cinema: "Samba", drama que desfila na tela ambiguidades do mundo tal qual está sendo: o desespero por um emprego por alguns, o trabalho extenuante dos empregados. Excelentes atores, argumento realista, roteiro dramático, mas com tiradas engraçadíssimas e cotidianas. Mesma direção do famoso "Intocáveis", o filme mostra o romance entre uma surtada (Charlotte) e um imigrante senegalês irregular em Paris (Omar). Sensacional interpretação do casal coadjuvante (Izia e Tahar). O emprego, o trabalho, a exploração, o capitalismo transformando pessoas em coisas à disposição nas esquinas, o desespero por "ser escolhido", as pressões por dinheiro, o descaso com o humano e a humanidade que insiste em sobreviver, amar, rir, dançar (e como dança bem Tahar e Charlotte) e "ir levando", tal qual a gente do lado de cá da tela. Muito bom filme!
Direção: Eric Toledano, Olivier Nakache
Roteiro: Eric Toledano, Olivier Nakache
Elenco: Charlotte Gainsbourg, Omar Sy, Izïa Higelin e Tahar Rahim
Produção: Laurent Zeitoun, Nicolas Duval-Adassovsky, Yann Zenou
E por falar no lado de cá da tela, o golpe (anunciado neste blog logo após as eleições presidenciais no Brasil) parece se aproximar, os lobos estão à porta, fossem razoavelmente menos lacaios e mais palatáveis, já estariam dentro da casa. Odiosos, ressentidos, se postam com a empáfia fedorenta dos que nunca serviram para além de seus próprios umbigos.  Corja cínica que transforma a política partidária numa herança de boa vida à própria família. Entreguistas. Assassinos da esperança.

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