domingo, 15 de maio de 2011

Oráculo midiático dá a solução para a educação no Brasil

Ao final da semana de reportagens sobre a educação, A Rede propõe-se a apresentar alguns exemplos de sucesso para a educação no país. A primeira experiência de sucesso mostra um diretor enquadrando sua escola em uma planilha Excel: metas, avaliação e resultados, o diretor da escola passou a lidar com um vocabulário típico de quem administra uma empresa e salvou a escola; a segunda experiência de sucesso refere-se a contratação da Fundação Roberto Marinho (não há preocupação com a auto-propaganda), para o desenvolvimento das atividades diversificadas e o telecurso, por sua vez, ensinou o que precisaria ser ensinado. Outra experiência de sucesso foi a consultaria internacional contratada pelo estado de Minas Gerais que colocou professores mais experientes ensinando professores novatos(se não me engano, este estado acabou com o plano de carreira dos professores pois só permite subir na carreira um determinado percentual do total de professores, escolhido por meio dos resultados em avaliação do desempenho - leia-se provas de conhecimento). Enfim, pior que as dificuldades enfrentadas pelas crianças e jovens que estão nas escolas, somente os maus hábitos divulgados como ações de sucesso pelo Oráculo. O diálogo sobre educação entre escola e comunidade, a organização coletiva da escola, o incentivo à participação e auto-organização dos estudantes, a necessária relação entre os conteúdos escolares e a experiência dos estudantes, a troca de experiências entre professores e entre estes e a Universidade, quando citados, foram colocados como propostas de empresas e organizações não governamentais. Se dependesse do Oráculo, o Congresso e a Universidade já teriam sido fechados há muito tempo e o casal padrão brasileiro decidiria sobre o que é bom ou ruim para o país, país dos empresários e das ONGs, é claro.  

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